terça-feira, 28 de agosto de 2012

HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO BANCÁRIA NO BRASIL - a Evolução da Tecnologia Bancária no Brasil - Mesas redondas realizadas na FGV em São Paulo

Publicação original = Fórum SBGC-TIC      4/1/2011 7:45 PM



HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO BANCÁRIA NO BRASIL - a Evolução da Tecnologia Bancária no Brasil - Mesas redondas realizadas na FGV em São Paulo (2009/10) - Cenário (2010/14): "Apagão" da mão de obra de TI 





HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO BANCÁRIA NO BRASIL

Série de mesas redondas 

Este projeto registrou, documentou e divulgou, de maneira inédita, a Evolução da Tecnologia Bancária no Brasil, reconhecida mundialmente como referência em inovação e qualidade, através de depoimentos pessoais dos envolvidos nesse processo, coletados em mesas redondas realizadas na FGV em São Paulo. Um dos diferenciais do projeto é propor-se não apenas a resgatar um passado de sucesso, mas também identificar os catalisadores do processo de inovação em cada uma de suas fases. Além disso, os debates encaminhados até aqui projetam para o futuro diferentes visões sobre os rumos da tecnologia bancária no país e no mundo. 
As mesas redondas já realizadas compuseram-se dos seguintes temas e participantes: 

PRIMEIRA Mesa Redonda 
"Os primeiros anos da automação bancária (décadas de 60 e 70)",
FGV-SP, 2 setembro 2009 
Os sete protagonistas convidados a participar desta mesa falarão um pouco sobre o início da Automação Bancária no Brasil nas décadas de 60 e 70. 
Participação de: Antonio Geraldo Toledo Moraes (Itaú), Candido Leonelli (Bradesco), Alcyr Calliari (BB), Gilberto Dib (TecBan, entre outras empresas), Jose Carlos Milano (IBM), Luis Marques de Azevedo (Febraban) e Odecio Gregio (Bradesco). 

Mesa 01 - Fernando Meirelles | Antonio Geraldo Toledo Moraes | Candido Leonelli 

mesa 01 B.flv | Alcyr Calliari 

mesa 01 C.flv | Gilberto Dib 

mesa 01 D.flv 

mesa 01 E.flv 

mesa 01 F.flv 

mesa 01 G.flv 

mesa 01 H.flv 

SEGUNDA mesa-redonda 
“Política de Informática e Reserva de Mercado “
FGV-SP, dia 8 de OUTUBRO de 2009 
O início das restrições à importação de equipamentos de processamento de dados, da criação da CAPRE, evolução para uma Política de Informática, criação da SEI, as primeiras indústrias nacionais, a COBRA, a nacionalização dos equipamentos das empresas multinacionais, passando pelo ambiente econômico e político que propiciou esse momento, exemplificando com histórias, casos e fatos divertidos. 
Participação de Carlos Augusto Rodrigues Carvalho (Cobra), Edson Fregni (Scopus), Ezil R. da Veiga (SEI), Ricardo Saur (Capre) e Rudolf Hohn (IBM) 

mesa 02 Abertura.flv 

mesa 02 B.flv 

mesa 02 C.flv 

mesa 02 D_EzioRocha.flv 

mesa 02 E_RudolfRohn.flv 

mesa 02 F_Debate1.flv 

mesa 02 G_Debate2.flv 

mesa 02 H_Debate3.flv 

TERCEIRA mesa-redonda 
"As primeiras empresas nacionais de informática (1978 a 85)"
FGV-SP, dia 14 de outubro de 2009 
Nessa terceira mesa redonda, foi discutido o nascimento das primeiras empresas nacionais criadas sob a proteção da Política de Informática, seus projetos, as diferentes arquiteturas, as alternativas de sistemas centralizados e descentralizados as parcerias dos Bancos com as nascentes empresas nacionais, o desafio das primeiras implantações, etc... 
Participação de Nelson Wortsman (SID), João Abud Jr (Procomp), Paulo Cesar Bianchini (Digirede), Carlos Eduardo Correa (Itautec), Ricardo Queiroz (Zanthus) e Joe Elbling (Perto) 

mesa 03 A_Abertura_CarlosEduardo.flv 

mesa 03 B_JoaoAbud.flv 

mesa 03 C_JoeElbling.flv 

mesa 03 D_NelsonWortsman.flv 

mesa 03 E_Debate1.flv 

mesa 03 F_Debate2.flv 

QUARTA mesa-redonda 
"A implantação dos primeiros sistemas on-line (1975 a 85)"
FGV-SP, dia 28 de outubro de 2009 
Nessa quarta mesa redonda, foram discutidos os esforços para padronização de documentos e arquivos magnéticos, as reuniões do CNAB na Febraban, as primeiras experiências de sistemas on-line com equipamentos importados, a CAPRE e o início das restrições a importação de equipamentos de processamento de dados, as alternativas de sistemas descentralizados e centralizados, as diferentes arquiteturas, as parcerias dos Bancos com as nascentes empresas nacionais, as primeiras implantações, etc...passando pelo ambiente econômico e político desse momento, exemplificando com histórias, casos e fatos pitorescos. 
Participação de Alcyr A. Calliari (BB), Carlos Eduardo C. da Fonseca (Itautec), Eduardo Magalhães (Unibanco), João Regis Cruz Neto (Bamerindus) e Roberto R. Almeida (Banco Noroeste) 

mesa 04 A_CarlosEduardo.flv 

mesa 04 B_EduardoMagalhaes.flv 

mesa 04 C_AlcyrAugostinho.flv 

mesa 04 D_RobertoRodrigues.flv 

mesa 04 E_Debate1.flv 

mesa 04 F_Debate2.flv 

mesa 04 G_Debate3.flv 


QUINTA mesa-redonda 
"Os bancos ganham velocidade (1985 a 2000)"

FGV-SP, dia 09 de dezembro de 2009 
Nessa quinta mesa redonda, denominada "Os Bancos Ganham Velocidade", foram debatidos temas ligados ao desafio da cobertura de todo o território nacional com sistemas on-line, a evolução do Auto Serviço com o construção das redes de ATMs, a opção de redes de ATMs proprietárias, a implantação dos "Call-Centers", as primeiras experiências de "Home Banking" e "Office Banking", a evolução dos terminais de caixa com leitores de CMC7 e código de barras, a modernização do sistema de compensação, as primeiras experiências com a Internet,etc.., 
Participação de Hugo Dantas (BB & BC); Renato Cuoco (Itaú); Henrique Costabile (CEF); Elio Boccia (Unibanco); Wilson Ruggiero (Bradesco); Élcio Lucca de Amaral (Serasa) 

Estão ainda programadas as seguintes mesas redondas:
• Computação Pessoal, Internet Banking e Transferências Eletrônicas (os anos 2000), em 10 de março de 2010 
• Pagamentos eletrônicos e DDA, em 24 de março de 2010 
• Mercado de Capitais, em 31 de março de 2010 
• Visão de Futuro, em 7 de abril de 2010 
• 20 anos de CIAB, em 15 de abril de 2010 


Os bancos ganham velocidade 
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Resumo Analítico


No início dos anos 80, a automação bancária já tinha virado sinônimo de automação das atividades de atendimento aos clientes e processamento online. O crescimento da sofisticação dos sistemas bancários provocado pelo avanço dos sistemas online impactou decisivamente também o marketing no setor. Os bancos que tradicionalmente associaram a sua imagem à solidez financeira, a partir dessa época passam também a destacar a agilidade propiciada pela automação como sendo um forte diferencial competitivo. Ganha força o marketing do banco eletrônico, que tenderia a atrair mais e mais os clientes para os bancos que possuíssem agências automatizadas. 

A crescente automação no nível das agências, e essas integradas aos sistemas centrais dos bancos, tornou possível que o usuário do sistema bancário deixasse de ser apenas cliente de uma agência e se tornasse cliente de todo o banco. A automação era apresentada por bancos que investiam em tecnologia como uma ferramenta essencial para o funcionamento do mercado bancário. Na batalha de marketing, o Itaú agarrou a marca do Banco Eletrônico, o Bradesco ficou com o Banco Instantâneo e o Dia e Noite e o Unibanco adotou o 30Horas. Em meados de maio de 1984, na Convenção Nacional de Marketing na Automação Bancária, as potencialidades tecnológicas suplantavam as discussões mais específicas sobre mercadologia. Predominava a idéia de que “se o banco não automatiza, fica para trás”. 

Automatizadas as agências, o próximo passo foi a levar a automação para fora das agências, e isso foi feito com a expansão da rede de caixas eletrônicos, as ATMs. O marketing do banco eletrônico e as necessidades de serviços online impostas pela inflação garantiam o sucesso de público que ajudavam a consolidar a automação bancária no Brasil. Além dos terminais online nas agências e dos serviços disponibilizados ininterruptamente através das redes de caixas eletrônicos, outros recursos de atendimento automatizado começaram a ser oferecidos aos clientes dos bancos. À utilização de cartões magnéticos, pagamento automático de contas, cobrança eletrônica, aplicação e resgate automáticos, vêm se somar os sistemas de atendimento pelo telefone através de URAs - Unidades de Resposta Audível, Transferências Eletrônicas de Fundos, “cash dispensers”, terminais de telecompras e sistemas de PDV – Ponto-de-Venda, ou POS, Point-of-Sale – instalados em lojas e outros estabelecimentos comerciais que passam a disponibilizar também os serviços bancários. 

A inflação no período fazia parte do cotidiano dos brasileiros e representava oportunidades para os bancos devido a mecanismos que faziam com o dinheiro em poder dos bancos fosse rentabilizado. O lucro obtido por meio da inflação retornava aos clientes através de grandes investimentos na automação das operações online e naquelas feitas diretamente nas atividades de atendimento. 

Não seria exagero dizer que o desenvolvimento da automação bancária no país, a partir desta época, se deveu em grande parte ao ritmo acelerado da inflação. Se por um lado a inflação induzia os clientes à demanda por uma rede eletrônica para operar seus recursos de forma mais eficiente e rápida, por outro lado permitia com que os bancos auferissem lucros suficientes para investir pesadamente em automação. Há que se mencionar também o papel da correção monetária nesse processo: se em outras economias inflacionárias os bancos perderam recursos, que fugiam dos bancos transformados em ativos de moeda estrangeira, no Brasil, a correção monetária permitiu que os bancos mantivessem os ativos de seus clientes, corrigindo-os pelos índices oficiais da inflação. 

O fim do governo militar e a chegada dos civis ao poder, trouxe novas metas para a ação governamental. Em um golpe ousado, trabalhado durante meses em segredo, foi lançado no último dia de fevereiro de 1986 o Plano Cruzado, primeiro de uma série de programas de combate à inflação, seguindo uma estratégia que ficou conhecida como a de “planos heterodoxos”. O primeiro impacto do Plano Cruzado foi reduzir drasticamente a inflação, de um dia para o outro. Apesar das dúvidas geradas sobre a eficiência no longo prazo dessas políticas heterodoxas de combate à inflação, para a estratégia dos bancos elas foram decisivas, pois, independentemente da discussão sobre seu sucesso ou não, ficou claro que o período de lucros oriundos da inflação estava com os dias contados. E imediatamente foi colocado em marcha um processo de revisão de metas e estratégias para a adequação aos novos tempos. 

Para os projetos de automação bancária, isso significava que doravante os recursos seriam mais escassos e que eles deveriam focar na geração de mais eficiência operacional e economia no processamento de transações. Agências com baixa rentabilidade foram fechadas, bancários demitidos e os programas de cobrança de tarifas pela prestação de serviços bancários começam a ser implantados. A partir desse momento, a automação deveria servir para baratear o custo das operações como um todo e não apenas para criar um mecanismo para agilizar as transferências financeiras. Não era o fim do marketing do banco eletrônico, mas terminava a fase de investimento em automação sem a contrapartida de economia de recursos humanos ou operacionais. 

O Cruzado foi apenas o primeiro de uma série destes planos heterodoxos que pretendiam acabar com a inflação de uma só tacada, e que dominaram a economia brasileira durante os oito anos seguintes. Durante esse período, cada novo plano representava um desafio para os bancos porque durante um único final de semana tinham de adaptar sistemas para o novo cenário econômico desenhado nos gabinetes de Brasília, cada qual mais mirabolante que o anterior, e que só puderam ser implantados graças ao nível de automação bancária atingido pelo Brasil. Na maioria dos casos esses planos exigiam a substituição de moedas e criação de indexações que foram implantados apenas porque os bancos conseguiam materializá-los e transformá-los em realidade através de adaptações nos sistemas eletrônicos. 

Em meados dos anos 90, o plano Real tem sucesso e finalmente a inflação se reduz a patamares civilizados. Nesse momento os bancos já tinham feitos os ajustes necessários para se acomodar dentro da nova realidade macroeconômica. O número total de bancários, que era de quase um milhão em 1985, havia sido reduzido e chegou 15 anos depois a cerca de 400 mil. Os bancos estatais foram os últimos a se ajustar, mas sem a inflação não tiveram alternativa. E essas adaptações tiveram de ser feitas com a ampliação da oferta de serviços e do número de clientes e sem deixar cair a qualidade dos serviços. O Banco do Brasil, por exemplo, entre 1995 e 1999 dobrou sua carteira de clientes ao mesmo tempo em que reduziu pela metade o número de funcionários. 

A flexibilização da regulamentação do setor na segunda metade da década de 90 trouxe nova ameaça com a permissão da entrada de empresas estrangeiras no setor. E mais uma vez o nível de automação dos bancos brasileiros foi o fator crítico que ajudou a decidir o rumo da evolução, pois mesmo com o gigantismo das instituições estrangeiras, muitas vezes maiores que as nacionais em número de ativos, a complexidade da estrutura do sistema bancário brasileiro apoiado por sistemas automatizados de excelente qualidade e eficácia serviu como barreira de entrada. Só conseguiram se estabelecer no país as instituições estrangeiras que se dispuseram a adquirir bancos brasileiros e com isso também incorporar suas práticas e sistemas. 

Mais ao final da década novos desafios, o governo federal passa a desenvolver políticas sociais que dependem dos bancos para serem implantadas. O benefício às famílias carentes que mantivessem seus filhos na escola, o Bolsa Escola, teria sido uma política em vão, não fosse a adoção do modelo de correspondentes não bancários, que permitiu que os benefícios pudessem ser entregues a essas famílias, em regiões remotas, que antes estavam sem qualquer tipo de acesso a serviços financeiros. Apesar de ter muito ainda a ser aperfeiçoado, o modelo é hoje inspiração para todo o mundo. Bancos e órgãos reguladores de diversos países procuram aprender com o modelo brasileiro, que se tornou uma referência no combate à pobreza extrema. 

Tecnologia Bancária no Brasil - Uma História de Conquistas - Uma Visão De Futuro
Projeto: Tecnologia Bancária no Brasil 
Coordenação: Prof. Fernando s. Meirelles; Prof. Eduardo H. Diniz e Carlos Eduardo Correa da Fonseca 

Download da apresentação do Livro e 3 cenários inéditos: Resumo Tecban 2010 (pdf) 


O objetivo central deste Projeto é estudar e documentar a evolução da tecnologia bancária no Brasil, identificando os fatores chave de seu sucesso e, também, tentar projetar os novos rumos dessa tecnologia. Este Projeto é uma provocação e um convite para que todos que participaram do desenvolvimento da Tecnologia Bancária no Brasil, reconhecida mundialmente como referência em inovação e qualidade, contem suas histórias. É também um desafio às novas gerações, para que continuem escrevendo essa história de sucesso. 

A primeira etapa do projeto foi a publicação do livro “Tecnologia Bancária no Brasil. Uma história de Conquistas, Uma Visão de Futuro”, cuja primeira edição foi comemorativa dos 20 anos do Ciab Febraban (Congresso Internacional de Automação Bancária da Federação Brasileiros de Bancos) e teve a coordenação editorial da jornalista Sonia Penteado. 

Como o livro não é uma obra acabada, teremos um site,www.historiadatecnologiabancaria.com.br, aberto a colaboração de todos os interessados onde estarão os depoimentos das mesas redondas gravados em vídeo e textos dos estudos e do livro. 

O GVcia, que estuda o setor desde 1990, propôs em 2004 um estudo alinhado com este projeto que ganhou o impulso que precisava quando, no início de 2009, um dos executivos mais representativos do setor (dirigiu: a área de TI do Itaú, do Real ABN Anro, a Itautec e perto da metade dos mandatos do CNAB e do Ciab Febraban) o Carlos Eduardo Correa da Fonseca, aceitou o convite para trabalharmos juntos numa parceria que no início de 2010 contou com o apoio decisivo da Febraban e dos patrocinadores da primeira edição do livro. 

O projeto já envolveu mais de 100 profissionais entre CIOs dos bancos; executivos de empresas de TI; analistas de institutos de pesquisa em TI, professores e doutorandos da GV, além da participação dos Centros de Estudo e Pesquisa: GVcia; GVceb (Centro de Excelência Bancária); Fórum de Inovação; CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação da FGV) e da FGV RAE que foi a editora do livro. 

[20120828]  LIVRO - Tecnologia Bancária no Brasil  - Sumário e site:

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