Prioridade dos
CIOs, o Business Intelligence agora tem grandes fornecedores, tecnologias
emergentes e novas metas corporativas. Saiba como fazer o upgrade da tecnologia.
Murilo Ohl
Nos últimos anos, os CIOs sofreram para colocar à
disposição de suas empresas ferramentas de Business Intelligence capazes de
buscar dados, gerar relatórios e publicar indicadores de negócio. Mas as
empresas ainda não estão satisfeitas com o nível de informação que os sistemas
atuais oferecem. Dizem que o BI ajuda a olhar a organização pelo retrovisor, mas
não informa o que vem pela frente. De acordo com o Gartner, é preciso enxergar a
tecnologia de uma forma mais ampla. Além de indicadores para medir o desempenho
dos negócios, uma aplicação precisa propor inovação, melhorar o alinhamento e
descobrir oportunidades.
Pensar em Business Intelligence hoje é algo
bastante diferente do que era há três anos. Os CIOs e as empresas acompanharam
essa transformação."Como trata-se de uma tecnologia muito importante para as
organizações, por causa das informações que gera, os líderes de negócio exigem
que os CIOs mantenham o tema em sua agenda de forma quase que permanente",
afirma Ricardo Chisman, sócio da consultoria Accenture. De fato, como ocorreu
nos últimos três anos, em 2008 o BI está no topo das prioridades tecnológicas de
CIOs em todo o mundo, segundo o Gartner. Em 2011, o faturamento mundial do setor
deve atingir 7 bilhões de dólares. Até lá o segmento deve crescer por volta de
9% ao ano. Em países como o Brasil e México, que ficam um pouco atrás na curva
de adoção, o Gartner prevê investimentos maiores e crescimento acima de 10%.
Além de ser alvo das preocupações dos CEOs e diretores, o BI virou um
assunto quente por causa da rápida consolidação de mercado, que jogou os
provedores mais tradicionais de ferramentas nas mãos de grandes fornecedores de
TI. A Oracle comprou a Hyperion, a SAP adquiriu a Business Objects e a IBM levou
a Cognos. Segundo o Gartner, essa consolidação da indústria deverá ser positiva
para as empresas usuárias, abrindo espaço para o aparecimento de tecnologias
inovadoras. Isso porque os líderes de mercado provavelmente se concentrarão em
aumentar o uso das aplicações que dispõem, enquanto novos provedores devem
surgir trazendo produtos diferentes, com recursos ainda inéditos, como, por
exemplo, a visualização interativa de dados.
Projeto corporativo
Na fase atual, a expressão da moda é projeto corporativo. CIOs e
fornecedores recorrem ao jargão para explicar como devem ser as ferramentas. Em
sua maioria, as primeiras experiências com BI ocorreram em áreas específicas da
empresa e tinham ambições mais modestas. Os novos projetos visam desenvolver uma
solução de análise capaz de servir a toda a corporação. "A idéia é que os
usuários tenham acesso a uma mesma interface, com diferentes visões de acordo
com a área, e diferentes habilitações para fazer o detalhamento da informação",
afirma Elizabeth Faria, gerente sênior de consultoria de vendas da Oracle.
Também está implícita na idéia de projeto corporativo a intenção de envolver o
alto comando da empresa no desenvolvimento. Melhorou a compreensão de que o BI é
uma iniciativa do negócio, ou do próprio CEO, e que a função da TI é dar apoio
tecnológico. "Os CIOs devem esquecer a tecnologia e tentar entender a
necessidade de negócio, ver que funções são feitas pelo Excel e mostrar que
resultados os usuários vão ter com o BI", afirma Rubens Nascimento Pinto,
diretor de TI da indústria farmacêutica Boehringer Ingelheim.
O desafio
para as empresas será justamente fazer a evolução de um uso departamental para
aplicação de grande alcance, capaz de atender a todas as demandas de uma
organização por informação, tarefa que exigirá a revisão de processos e a adoção
de melhores práticas. Para muitas companhias, preservar os investimentos já
realizados na tecnologia se mostrará inviável. "Será necessário iniciar um novo
projeto do zero, com a aquisição de ferramentas novas", afirma José Carlos
Pimentel, vice-presidente de soluções de negócios da CPM Braxis. Justificar esse
gasto não será simples, uma vez que a maioria das empresas já fez investimentos
significativos em BI. "É uma decisão que deve ser tomada pelo alto comando da
empresa, que vai dizer qual é a importância que essa solução tem para o
crescimento do negócio", diz Pimentel.
Que tipo de BI escolher?
Atualmente não dá mais para pensar em um único tipo de sistema de
Business Intelligence. Segundo a consultoria Aberdeen Group, a tecnologia avança
puxada por dois movimentos complementares: um de expansão e outro de
concentração. "A primeira pergunta que o presidente de uma empresa deve fazer é:
o que quero medir?", diz Pimentel. A resposta indicará se a companhia espera uma
ferramenta acessível a muitos empregados ou um sistema de alto desempenho
destinado a usuários extremamente preparados para lidar com aquele tipo de
informação.
A tendência de adoção de uma grande solução corporativa é
apontada como uma das duas forças que devem caracterizar as implementações de BI
nos próximos 24 meses. Do lado da expansão, as organizações sentem a pressão
para ampliar o uso do sistema e a oferta de mais informações para mais pessoas.
Cerca de 80% das empresas consideram a entrega de dados relevantes para mais
funcionários como prioridade do negócio, ainda que 37% delas não tenham
verificado aumento no uso do BI atual. Com o objetivo de popularizar a aplicação
entre funcionários e melhorar o desempenho das áreas operacionais, as companhias
tentam superar obstáculos para a adoção da tecnologia.
Entre as metas
dos novos projetos, segundo o Aberdeen Group, estão: estender o acesso de
informações relevantes para novos stakeholders que foram mal atendidos nas
primeiras ondas, melhorar a entrega de informações para usuários por meio de
métodos self service e reduzir o tempo de conclusão dos projetos de forma a
acelerar o processo de decisão.
Conforme as empresas buscam oferecer
Business Intelligence para usuários menos técnicos, especialmente para pessoas
que nunca tiveram contato com a ferramenta, a nova meta dos CIOs é encontrar
formas de entrega da solução que facilitem a vida dos executivos. Isso
propiciará, de acordo com o Aberdeen Group, o surgimento de soluções que estão
inseridas em outros sistemas de gestão, como por exemplo o ERP ou o CRM — 38%
das empresas já usam o BI dessa maneira. Outra tendência será o surgimento de
soluções sob demanda ou como SaaS (software-as-a-service). Hoje, 19% das
empresas no mundo contratam a aplicação nessa modalidade e outros 31% pretendem
adotá-la.
Alta velocidade
Outro objetivo dos sistemas de
Business Intelligence é medir em alta velocidade o desempenho dos negócios. Está
aí um dos motivos principais que puxam os projetos, segundo o Aberdeen Group. As
aplicações estão ficando mais focadas na melhoria da eficiência das atividades
corporativas diárias, como relacionamento com clientes e fornecedores, finanças,
logística, desempenho de vendas ou acompanhamento da produção. As companhias
também querem usar BI para assegurar o acesso em tempo real a informações
críticas. Para isso, investem em funcionalidades, em novas tecnologias e em
serviços que aceleram a entrega desses dados para os usuários. Na avaliação do
Aberdeen Group, das empresas que investiram adequadamente para aumentar o
desempenho dos negócios, 63% conseguiram melhorar a agilidade para tomar
decisões nos últimos 12 meses. Companhias que optam por esse tipo de BI focado
querem ir mais fundo na exploração dos dados já existentes, com a finalidade de
acelerar as decisões, tomadas em dias, horas ou em tempo real. Enquanto uma
solução tradicional de Business Intelligence visa fornecer informações baseadas
em análises de dados históricos, os projetos agora tentam explorar o potencial
do software para informações do tempo presente. Alguns dos novos fornecedores
que começam a aparecer tentam responder a essas demandas operacionais e são
focados em analisar fontes de dados em tempo real ou quase. Entre os resultados
prometidos para os usuários estão o gerenciamento das atividades de negócio
minuto a minuto, respostas rápidas às necessidades de clientes e fornecimento
eficiente de informações para outros funcionários.
Teste as novas
tecnologias
Segundo o Gartner, as funções de busca, relatório e Olap
(online analytical process) que caracterizaram as primeiras ferramentas de BI
ficaram tão semelhantes entre si que já não trazem diferencial para as empresas.
A maioria dos fornecedores até inclui esses recursos, agora básicos, em outros
produtos. A Microsoft, por exemplo, adicionou funcionalidades de BI ao SQL
Server 2005. Os fornecedores que não foram adquiridos, como a Microstrategy, o
SAS ou a InformationBuilders, por exemplo, devem se associar a fornecedores de
aplicações para vender esse tipo de tecnologia de forma embarcada. Nessa próxima
fase, de acordo com o Gartner, o BI manterá o status de aplicação estratégica
graças a uma série de novas tecnologias que estão surgindo, na maioria das vezes
pela oferta de fornecedores especializados, ainda pequenos, mas capazes de
oferecer preços mais competitivos e modelos de negócio mais flexíveis. Segundo o
Gartner, essas tecnologias podem ter maior impacto no desenvolvimento dos
sistemas nos próximos cinco ou dez anos. A busca corporativa é um dos terrenos
que devem ser incorporados ao BI. Um dos fornecedores mais avançados nessa área
é a Fast Search, empresa que está sendo comprada pela Microsoft, e usa seu
mecanismo de pesquisa não apenas para encontrar relatórios existentes, mas
também para criar novas análises a partir da digitação de uma palavra-chave.
Essa tecnologia será importante para a pesquisa de informações em fontes de
dados não-convencionais, como e-mail, mensagens instantâneas, wikis e feeds de
RSS. Segundo o Aberdeen Group, cerca de 40% das empresas planejam investir na
pesquisa de dados em bases não-estruturadas nos próximos 12 meses.
O
emprego de SOA (arquitetura orientada a serviços) pode ser uma das armas para os
fornecedores remanescentes de BI enfrentarem IBM, SAP e Oracle. Isso dependerá
da capacidade desses provedores de lançar um novo modelo de negócio, mudando do
esquema formal de licenciamento para um novo, baseado na venda de componentes da
aplicação.
Alerta de negócio na Boehringer
Na fabricante
alemã de medicamentos Boehringer Ingelheim, o projeto de Business Intelligence
já está entrando na terceira fase. A empresa seguiu a estratégia de começar com
um escopo modesto, de caráter operacional, baseado em pequenos data marts.
Conforme os resultados iam aparecendo, o projeto era levado a outras áreas. Após
um ano e meio, quando a organização já compreendia com clareza os benefícios do
sistema, passou-se para uma abordagem mais estratégica. "Na segunda fase, foi
construído um cockpit de informações gerenciais que reúne os principais
indicadores de negócio e os grandes projetos da empresa", afirma Rubens
Nascimento Pinto, diretor de TI da Boehringer Ingelheim. O cockpit, responsável
pela visualização das informações, é o XCelsius, da Business Objects. A base da
ferramenta de BI é da Cognos, agora IBM Cognos.
Na terceira fase, o
laboratório prepara-se para dar o salto que permitirá fazer simulações de
cenários de negócios em tempo real ou, como diz Nascimento Pinto, responder a
perguntas que começam com a expressão "e se". Ao mesmo tempo, a empresa
prepara-se para fazer o upgrade para a versão 8 do Cognos.
Com as novas
tecnologias, será possível criar regras de negócio que comparam metas e
resultados obtidos. Assim, se algum indicador estiver abaixo do esperado, o
sistema dispara uma mensagem de alerta. Com isso, em vez de esperar o fim do mês
para avaliar o desempenho das áreas, a empresa pode detectar, por exemplo, uma
queda de vendas em tempo real e tomar as providências para assegurar o
cumprimento dos objetivos ainda no mês corrente.
Segundo Nascimento
Pinto, encontrar o ritmo certo de evolução da aplicação é fundamental para o
sucesso do projeto. "Cada etapa de implementação deve ser monitorada", afirma.
"Assim é possível ter segurança da evolução."
Sistemas em paralelo na
Vivo
A operadora de telefonia celular Vivo tem uma diretoria de
Business Intelligence com 150 profissionais especializados na interpretação e na
gestão de informações para o negócio. Essa diretoria tem hoje uma atividade
crítica dentro da operadora, que é o desenvolvimento da inteligência de
marketing. Para criar essa área, a Vivo centralizou processos em um sistema
único de dados para todo o Brasil, após ter concluído um processo de unificação
de seis data warehouses legados, utilizados pelas operadoras que deram origem à
Vivo. Atualmente, a base contém 76 terabytes de dados e é utilizada por 1 200
usuários. O banco de dados é Teradata e as principais aplicações de gestão de
informação são fornecidas por SAS e Microstrategy.
Em paralelo ao
projeto na área de marketing, a Vivo possui um outro sistema de BI, responsável
por fazer a gestão da rede celular da empresa. Um painel de controle, acessível
pela intranet, permite o acompanhamento instantâneo de informações críticas para
a vice-presidência de redes e tecnologia da operadora, independentemente das
três bases (Oracle, SQL Server e Domino), que armazenam os dados. Numa mesma
tela é possível acompanhar 21 indicadores operacionais sobre aspectos
econômicos, de qualidade, processos, falhas, disponibilidade de equipamentos e
andamento de projetos. "Com um cockpit de luzes verdes e vermelhas é possível
saber em tempo real onde a operação está normal e onde não está", afirma Javier
Rodriguez Garcia, vicepresidente de redes e tecnologia da Vivo.
A
interface, desenvolvida pela Information- Builders, também oferece previsões
sobre a evolução da rede. Atualmente, 1 300 funcionários da área de redes e
tecnologia usam a ferramenta de BI. "O desafio do projeto era tornar a
informação disponível de forma rápida e automática para qualquer atividade", diz
Rodriguez Garcia.
Outsourcing de BI
À medida que as
empresas buscam oferecer indicadores de negócios para funcionários que não foram
tradicionalmente atendidos pelo BI, novos métodos de entrega devem surgir. Um
desses é o SaaS (software-as-a-service). De acordo com o Aberdeen Group, 31% das
empresas têm planos de acessar aplicações analíticas por meio de um provedor
terceirizado. Estão incluídas variantes do SaaS como hosting, appliance com a
aplicação e software on demand. A CPM Braxis, no Brasil, pretende ser um
provedor de Business Intelligence sem ser fornecedora de uma aplicação. A idéia
da empresa é prestar serviços em torno da tecnologia. "Podemos reunir fábrica de
software, melhores práticas de implementação e monitoramento do desempenho",
afirma Geovani Altacho, gerente de Business Intelligence da CPM Braxis. O
Gartner alerta que em uma oferta de SaaS, o fornecedor deve estar comprometido
com o modelo. Provedores que têm ofertas híbridas de licenciamento e serviço não
terão sucesso.
O BI é uma das áreas que mais serão beneficiadas por uma
nova onda de interfaces visuais mais criativas, amigáveis e customizáveis.
Segundo o Gartner, em dois anos os principais fornecedores terão adotado o Adobe
Flash (ou algum produto similar) e passarão a oferecer recursos de visualização
interativa. Dos fornecedores de BI presentes no Quadrante Mágico do Gartner, a
maioria oferece alguma ferramenta de desenvolvimento rápido de aplicativos,
combinada com recursos de visualização interativa. Isso permitirá que usuários
de áreas de negócio consigam desenvolver por conta própria dashboards e cockpits
mais atraentes visualmente ou, pelo menos, mais adequados aos seus respectivos
departamentos. "Os usuários não são técnicos e precisam utilizar as informações
da maneira mais simples possível, de preferência integrando os dados a planilhas
e apresentações que são de uso comum", diz José Duarte, presidente da SAP para a
América Latina.
As ferramentas de BPM (Business Performance Management)
devem possibilitar ao BI fazer a gestão do desempenho de maneira antecipada,
deixando para trás o papel de aplicação passiva. A gestão do desempenho é
crucial para as áreas de finanças e foi considerada a principal prioridade das
iniciativas de BI por 66% das empresas, numa pesquisa realizada na Europa. Por
isso, resolver a qualidade e o desempenho do software também é uma espécie de
pré-requisito para avançar em projetos de BPM. "A gestão da performance é uma
camada acima, que sintetiza os resultados obtidos pelo BI e serve para o alto
comando de uma organização controlar informações sobre o desempenho dos
negócios. É possível ter BPM sem BI, mas o trabalho de consultoria para saltar
essa etapa é muito grande", diz Michael Wooton, especialista de pré-vendas para
a área de finanças do SAS, fornecedor de software para as duas tecnologias.
Conheça os 4 fatores de sucesso
É quase lugar-comum dizer
que a participação ativa das áreas usuárias é fundamental no desenvolvimento de
projetos de Business Intelligence. No entanto, a questão continua sendo fator de
diferenciação entre as empresas que obtiveram sucesso nas iniciativas e as que
não tiveram. Ao lado dessa constatação, o Gartner enumera outros quatro fatores
de sucesso para uma implementação da tecnologia.
O primeiro, é pensar
grande e implementar por etapas. Entre os benefícios dessa abordagem está a
capacidade de conduzir o projeto de acordo com a capacidade de investimento da
empresa. Ao mesmo tempo, essa tática dá ao CIO argumento para novos
investimentos complementares no futuro. Outra vantagem é poder demonstrar
resultados antes de o projeto estar completamente concluído. Mas essa estratégia
não deve ser confundida com uma implementação departamental, erro típico da
primeira onda da tecnologia. Entre os riscos a serem evitados estão: a
proliferação de fornecedores, os nichos de conhecimento impossíveis de ser
explorados por toda a organização e a ineficiência em termos de custo e de uso
da ferramenta.
O segundo fator de sucesso para um projeto de BI é a
qualidade dos dados. Para uma aplicação de análises estratégicas ganhar
popularidade entre os usuários, a confiabilidade das informações é um componente
fundamental.A falta de confiança dos funcionários é a razão mais comum para o
fracasso dos projetos. Como resolver essa questão? A recomendação é validar os
dados com os usuários no início do projeto. Essa tarefa deve assegurar a
qualidade de itens fundamentais, como metadados do BI, KPIs (key performance
indicators), dimensões e medidas. Antes de seguir em frente, todas as áreas
devem aceitar como os metadados foram definidos.
Em terceiro lugar, é
preciso avaliar quais são os fatores externos que influem numa estratégia de
adoção do BI. Segundo o Gartner, cada organização ou segmento têm
características próprias, que mudam a estratégia de abordagem. No setor
financeiro, por exemplo, o projeto deve levar em conta as exigências
regulatórias e de compliance e as tecnologias relacionadas a essas regras. Por
último, o Gartner mostra que empresas que montaram um centro de competência
dedicado ao BI normalmente alcançam sucesso em suas implementações. Esse centro
será responsável por manter e desenvolver competências na tecnologia e por
transmitir esse conhecimento para o resto da organização. Por fim, uma última
recomendação do Gartner: mantenha um processo para ajustar o BI conforme as
metas de negócio mudem. Ele não sairá da lista de prioridade dos CIOs tão cedo.
Projeto corporativo na T-Gestiona
A T-Gestiona, empresa
de serviços compartilhados do Grupo Telefônica, decidiu adotar uma solução única
de BI para toda a organização. O contrato foi fechado no final do ano passado
com a IBM Cognos e a primeira fase do sistema entra em produção neste mês.
Trata-se de um projeto corporativo, que visa administrar melhor os indicadores
de nível de serviço dos contratos que a organização mantém com clientes como
Unibanco, Nokia, Motorola, LG e com outras companhias do grupo Telefônica, como
Vivo, Terra e Atento. "Controlar os acordos de nível de serviço é uma tarefa
importante para que a empresa consiga manter uma margem de segurança entre o
contrato com o cliente e a capacidade de entrega do processo", afirma Paulo
Príncipe, superintendente de TI da T-Gestiona.
O valor total de
investimento no projeto de Business Intelligence deve ficar entre 800 mil reais
e 1 milhão de reais, incluídas a implementação e a compra de licenças. Como item
complementar ao sistema de BI, a empresa contratou da IBM Cognos um software de
planejamento orçamentário, que deve entrar em operação a partir de abril. Na
seqüência, ainda este ano, será adotado o BSC (Balanced Scorecard), para a
gestão estratégica dos indicadores de serviços.
A primeira fase do
projeto vai atender a área de serviços de logística, uma das principais unidades
de negócio da companhia. As outras são RH, contabilidade, finanças e serviços
imobiliários e devem estar concluídas ainda neste ano. Na área de logística, a
empresa faz a distribuição de celulares para lojas da Vivo e de modems para o
serviço de banda larga Speedy, da Telefônica. Além de relatórios, o sistema de
BI vai fornecer indicadores de negócios que terão atualização horária, diária ou
mensal, dependendo da informação. Cada diretoria poderá acompanhar seus
indicadores por meio de uma tela de plasma. A solução estará integrada ao SAP,
principal sistema corporativo. Aplicações operacionais, como o Peoplesoft, que
faz toda a parte de gestão de serviços terceirizados de RH, também devem
alimentar o BI com dados.
http://info.abril.com.br/corporate/edicoes/54/arquivos/6628_1.shl
De Daniela 2/8/2008 2:19 PM
ResponderExcluirChamou-me atenção nessa matéria:
"Nos últimos anos, os CIOs sofreram para colocar à disposição de suas empresas ferramentas de Business Intelligence capazes de buscar dados, gerar relatórios e publicar indicadores de negócio. Mas as empresas ainda não estão satisfeitas com o nível de informação que os sistemas atuais oferecem. Dizem que o BI ajuda a olhar a organização pelo retrovisor, mas não informa o que vem pela frente."
E fico pensando: quando vão aprender que O BI NUNCA VAI PENSAR PELA EMPRESA! O sistema só ajuda.
Recentemente, escrevi um artigo sobre Mercados Preditivos em que abordei essa questão do Forecasting e análises 'what-if'.
Segue a seção referente e para quem quiser ler o artigo na íntegra, está no meu blog em http://dramos-teixeira.blogspot.com/2008/06/mercados-preditivos-uma-ferramenta.html :
3. Análises “What-IF” e Cenários Analíticos com Recomendações
Além dos Mercados Preditivos, a construção de cenários com recomendações e as análises “What-If” destacam-se, também, como métodos para Forecasting.
A análise “What-If” é um método de manipular modelos quantitativos de situações de negócio na qual se especificam valores de decisão alternativos e hipóteses do ambiente. O software resolve o modelo e mostra os resultados preditivos (Davis & Kotteman, 1994).
O problema alertado por esses autores é que o usuário fica com uma ilusão de controle da situação e de que tudo se resolve com as análises “What-If”; o que é incorreto, pois programa nenhum substitui a capacidade analítica. As análises “What-If” são insumos para construir cenários analíticos com recomendações; ambos se complementam, sendo possível fazer recomendações sem as análises “What-If”.
Trabalhei em alguns projetos para clientes em que estruturei as análises de Forecasting num cenário de recomendações sem utilizar as análises “What-If”. Foram feitas projeções dos próximos passos da concorrência, dos parceiros em potencial e de crescimento de soluções no mercado. Os resultados para as empresas: investimentos assertivos para desenvolver novos negócios, respostas rápidas às ações dos concorrentes, criação de rede de valor para parcerias estratégicas e modelos de negócio colaborativos.
Hoje, poucos profissionais trabalham no nível de Inteligência Antecipativa. Isso inclui, também, empresas prestadoras de serviços de Inteligência Competitiva.
Quem acaba fazendo este trabalho é o consultor de negócios (às vezes terceirizado) ou o gerente de desenvolvimento de negócios, de produto; diretor nas médias empresas etc.
É importante alertar que a Inteligência Antecipativa, utilizando as técnicas de construção de cenários analíticos com recomendações para as empresas, pode ser estruturada no curto prazo, não só no longo prazo.
RESUMINDO: NADA VAI SUBSTITUIR A CAPACIDADE ANALÍTICA E DE FAZER PREVISÕES DO PROFISSIONAL.
SDS,
Daniela R. Teixeira
www.linkedin.com/in/dteixeira
http://www.revie.com.br/site-blog