HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO BANCÁRIA NO BRASIL - a
Evolução da Tecnologia Bancária no Brasil - Mesas redondas realizadas na FGV em
São Paulo (2009/10) - Cenário (2010/14): "Apagão" da mão de obra de TI
HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO BANCÁRIA NO BRASIL
Série de mesas redondas
Este
projeto registrou, documentou e divulgou, de maneira inédita, a Evolução da
Tecnologia Bancária no Brasil, reconhecida mundialmente como referência em
inovação e qualidade, através de depoimentos pessoais dos envolvidos nesse
processo, coletados em mesas redondas realizadas na FGV em São Paulo. Um dos
diferenciais do projeto é propor-se não apenas a resgatar um passado de sucesso,
mas também identificar os catalisadores do processo de inovação em cada uma de
suas fases. Além disso, os debates encaminhados até aqui projetam para o futuro
diferentes visões sobre os rumos da tecnologia bancária no país e no mundo.
As mesas redondas já realizadas compuseram-se dos seguintes temas e
participantes:
PRIMEIRA Mesa Redonda
"Os primeiros anos da
automação bancária (décadas de 60 e 70)",
FGV-SP, 2 setembro 2009
Os
sete protagonistas convidados a participar desta mesa falarão um pouco sobre o
início da Automação Bancária no Brasil nas décadas de 60 e 70.
Participação
de: Antonio Geraldo Toledo Moraes (Itaú), Candido Leonelli (Bradesco), Alcyr
Calliari (BB), Gilberto Dib (TecBan, entre outras empresas), Jose Carlos Milano
(IBM), Luis Marques de Azevedo (Febraban) e Odecio Gregio (Bradesco).
Mesa 01 - Fernando Meirelles | Antonio Geraldo Toledo Moraes | Candido
Leonelli
mesa 01 B.flv | Alcyr Calliari
mesa 01 C.flv | Gilberto
Dib
mesa 01 D.flv
mesa 01 E.flv
mesa 01 F.flv
mesa 01 G.flv
mesa 01 H.flv
SEGUNDA mesa-redonda
“Política de Informática e Reserva de Mercado “
FGV-SP, dia 8 de
OUTUBRO de 2009
O início das restrições à importação de equipamentos de
processamento de dados, da criação da CAPRE, evolução para uma Política de
Informática, criação da SEI, as primeiras indústrias nacionais, a COBRA, a
nacionalização dos equipamentos das empresas multinacionais, passando pelo
ambiente econômico e político que propiciou esse momento, exemplificando com
histórias, casos e fatos divertidos.
Participação de Carlos Augusto
Rodrigues Carvalho (Cobra), Edson Fregni (Scopus), Ezil R. da Veiga (SEI),
Ricardo Saur (Capre) e Rudolf Hohn (IBM)
mesa 02 Abertura.flv
mesa 02 B.flv
mesa 02 C.flv
mesa 02 D_EzioRocha.flv
mesa 02 E_RudolfRohn.flv
mesa 02 F_Debate1.flv
mesa 02
G_Debate2.flv
mesa 02 H_Debate3.flv
TERCEIRA mesa-redonda
"As primeiras empresas nacionais de informática (1978 a 85)"
FGV-SP,
dia 14 de outubro de 2009
Nessa terceira mesa redonda, foi discutido o
nascimento das primeiras empresas nacionais criadas sob a proteção da Política
de Informática, seus projetos, as diferentes arquiteturas, as alternativas de
sistemas centralizados e descentralizados as parcerias dos Bancos com as
nascentes empresas nacionais, o desafio das primeiras implantações, etc...
Participação de Nelson Wortsman (SID), João Abud Jr (Procomp), Paulo Cesar
Bianchini (Digirede), Carlos Eduardo Correa (Itautec), Ricardo Queiroz (Zanthus)
e Joe Elbling (Perto)
mesa 03 A_Abertura_CarlosEduardo.flv
mesa
03 B_JoaoAbud.flv
mesa 03 C_JoeElbling.flv
mesa 03
D_NelsonWortsman.flv
mesa 03 E_Debate1.flv
mesa 03 F_Debate2.flv
QUARTA mesa-redonda
"A implantação dos primeiros sistemas on-line
(1975 a 85)"
FGV-SP, dia 28 de outubro de 2009
Nessa quarta mesa
redonda, foram discutidos os esforços para padronização de documentos e arquivos
magnéticos, as reuniões do CNAB na Febraban, as primeiras experiências de
sistemas on-line com equipamentos importados, a CAPRE e o início das restrições
a importação de equipamentos de processamento de dados, as alternativas de
sistemas descentralizados e centralizados, as diferentes arquiteturas, as
parcerias dos Bancos com as nascentes empresas nacionais, as primeiras
implantações, etc...passando pelo ambiente econômico e político desse momento,
exemplificando com histórias, casos e fatos pitorescos.
Participação de
Alcyr A. Calliari (BB), Carlos Eduardo C. da Fonseca (Itautec), Eduardo
Magalhães (Unibanco), João Regis Cruz Neto (Bamerindus) e Roberto R. Almeida
(Banco Noroeste)
mesa 04 A_CarlosEduardo.flv
mesa 04
B_EduardoMagalhaes.flv
mesa 04 C_AlcyrAugostinho.flv
mesa 04
D_RobertoRodrigues.flv
mesa 04 E_Debate1.flv
mesa 04
F_Debate2.flv
mesa 04 G_Debate3.flv
QUINTA mesa-redonda
"Os bancos ganham velocidade (1985 a 2000)"
FGV-SP, dia 09 de
dezembro de 2009
Nessa quinta mesa redonda, denominada "Os Bancos Ganham
Velocidade", foram debatidos temas ligados ao desafio da cobertura de todo o
território nacional com sistemas on-line, a evolução do Auto Serviço com o
construção das redes de ATMs, a opção de redes de ATMs proprietárias, a
implantação dos "Call-Centers", as primeiras experiências de "Home Banking" e
"Office Banking", a evolução dos terminais de caixa com leitores de CMC7 e
código de barras, a modernização do sistema de compensação, as primeiras
experiências com a Internet,etc..,
Participação de Hugo Dantas (BB &
BC); Renato Cuoco (Itaú); Henrique Costabile (CEF); Elio Boccia (Unibanco);
Wilson Ruggiero (Bradesco); Élcio Lucca de Amaral (Serasa)
Estão
ainda programadas as seguintes mesas redondas:
• Computação Pessoal,
Internet Banking e Transferências Eletrônicas (os anos 2000), em 10 de março de
2010
• Pagamentos eletrônicos e DDA, em 24 de março de 2010
• Mercado de
Capitais, em 31 de março de 2010
• Visão de Futuro, em 7 de abril de 2010
• 20 anos de CIAB, em 15 de abril de 2010
Os bancos ganham
velocidade
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Resumo Analítico
No início dos anos 80, a automação bancária já tinha virado sinônimo
de automação das atividades de atendimento aos clientes e processamento online.
O crescimento da sofisticação dos sistemas bancários provocado pelo avanço dos
sistemas online impactou decisivamente também o marketing no setor. Os bancos
que tradicionalmente associaram a sua imagem à solidez financeira, a partir
dessa época passam também a destacar a agilidade propiciada pela automação como
sendo um forte diferencial competitivo. Ganha força o marketing do banco
eletrônico, que tenderia a atrair mais e mais os clientes para os bancos que
possuíssem agências automatizadas.
A crescente automação no nível das
agências, e essas integradas aos sistemas centrais dos bancos, tornou possível
que o usuário do sistema bancário deixasse de ser apenas cliente de uma agência
e se tornasse cliente de todo o banco. A automação era apresentada por bancos
que investiam em tecnologia como uma ferramenta essencial para o funcionamento
do mercado bancário. Na batalha de marketing, o Itaú agarrou a marca do Banco
Eletrônico, o Bradesco ficou com o Banco Instantâneo e o Dia e Noite e o
Unibanco adotou o 30Horas. Em meados de maio de 1984, na Convenção Nacional de
Marketing na Automação Bancária, as potencialidades tecnológicas suplantavam as
discussões mais específicas sobre mercadologia. Predominava a idéia de que “se o
banco não automatiza, fica para trás”.
Automatizadas as agências, o
próximo passo foi a levar a automação para fora das agências, e isso foi feito
com a expansão da rede de caixas eletrônicos, as ATMs. O marketing do banco
eletrônico e as necessidades de serviços online impostas pela inflação garantiam
o sucesso de público que ajudavam a consolidar a automação bancária no Brasil.
Além dos terminais online nas agências e dos serviços disponibilizados
ininterruptamente através das redes de caixas eletrônicos, outros recursos de
atendimento automatizado começaram a ser oferecidos aos clientes dos bancos. À
utilização de cartões magnéticos, pagamento automático de contas, cobrança
eletrônica, aplicação e resgate automáticos, vêm se somar os sistemas de
atendimento pelo telefone através de URAs - Unidades de Resposta Audível,
Transferências Eletrônicas de Fundos, “cash dispensers”, terminais de
telecompras e sistemas de PDV – Ponto-de-Venda, ou POS, Point-of-Sale –
instalados em lojas e outros estabelecimentos comerciais que passam a
disponibilizar também os serviços bancários.
A inflação no período fazia
parte do cotidiano dos brasileiros e representava oportunidades para os bancos
devido a mecanismos que faziam com o dinheiro em poder dos bancos fosse
rentabilizado. O lucro obtido por meio da inflação retornava aos clientes
através de grandes investimentos na automação das operações online e naquelas
feitas diretamente nas atividades de atendimento.
Não seria exagero
dizer que o desenvolvimento da automação bancária no país, a partir desta época,
se deveu em grande parte ao ritmo acelerado da inflação. Se por um lado a
inflação induzia os clientes à demanda por uma rede eletrônica para operar seus
recursos de forma mais eficiente e rápida, por outro lado permitia com que os
bancos auferissem lucros suficientes para investir pesadamente em automação. Há
que se mencionar também o papel da correção monetária nesse processo: se em
outras economias inflacionárias os bancos perderam recursos, que fugiam dos
bancos transformados em ativos de moeda estrangeira, no Brasil, a correção
monetária permitiu que os bancos mantivessem os ativos de seus clientes,
corrigindo-os pelos índices oficiais da inflação.
O fim do governo
militar e a chegada dos civis ao poder, trouxe novas metas para a ação
governamental. Em um golpe ousado, trabalhado durante meses em segredo, foi
lançado no último dia de fevereiro de 1986 o Plano Cruzado, primeiro de uma
série de programas de combate à inflação, seguindo uma estratégia que ficou
conhecida como a de “planos heterodoxos”. O primeiro impacto do Plano Cruzado
foi reduzir drasticamente a inflação, de um dia para o outro. Apesar das dúvidas
geradas sobre a eficiência no longo prazo dessas políticas heterodoxas de
combate à inflação, para a estratégia dos bancos elas foram decisivas, pois,
independentemente da discussão sobre seu sucesso ou não, ficou claro que o
período de lucros oriundos da inflação estava com os dias contados. E
imediatamente foi colocado em marcha um processo de revisão de metas e
estratégias para a adequação aos novos tempos.
Para os projetos de
automação bancária, isso significava que doravante os recursos seriam mais
escassos e que eles deveriam focar na geração de mais eficiência operacional e
economia no processamento de transações. Agências com baixa rentabilidade foram
fechadas, bancários demitidos e os programas de cobrança de tarifas pela
prestação de serviços bancários começam a ser implantados. A partir desse
momento, a automação deveria servir para baratear o custo das operações como um
todo e não apenas para criar um mecanismo para agilizar as transferências
financeiras. Não era o fim do marketing do banco eletrônico, mas terminava a
fase de investimento em automação sem a contrapartida de economia de recursos
humanos ou operacionais.
O Cruzado foi apenas o primeiro de uma série
destes planos heterodoxos que pretendiam acabar com a inflação de uma só tacada,
e que dominaram a economia brasileira durante os oito anos seguintes. Durante
esse período, cada novo plano representava um desafio para os bancos porque
durante um único final de semana tinham de adaptar sistemas para o novo cenário
econômico desenhado nos gabinetes de Brasília, cada qual mais mirabolante que o
anterior, e que só puderam ser implantados graças ao nível de automação bancária
atingido pelo Brasil. Na maioria dos casos esses planos exigiam a substituição
de moedas e criação de indexações que foram implantados apenas porque os bancos
conseguiam materializá-los e transformá-los em realidade através de adaptações
nos sistemas eletrônicos.
Em meados dos anos 90, o plano Real tem
sucesso e finalmente a inflação se reduz a patamares civilizados. Nesse momento
os bancos já tinham feitos os ajustes necessários para se acomodar dentro da
nova realidade macroeconômica. O número total de bancários, que era de quase um
milhão em 1985, havia sido reduzido e chegou 15 anos depois a cerca de 400 mil.
Os bancos estatais foram os últimos a se ajustar, mas sem a inflação não tiveram
alternativa. E essas adaptações tiveram de ser feitas com a ampliação da oferta
de serviços e do número de clientes e sem deixar cair a qualidade dos serviços.
O Banco do Brasil, por exemplo, entre 1995 e 1999 dobrou sua carteira de
clientes ao mesmo tempo em que reduziu pela metade o número de funcionários.
A flexibilização da regulamentação do setor na segunda metade da década
de 90 trouxe nova ameaça com a permissão da entrada de empresas estrangeiras no
setor. E mais uma vez o nível de automação dos bancos brasileiros foi o fator
crítico que ajudou a decidir o rumo da evolução, pois mesmo com o gigantismo das
instituições estrangeiras, muitas vezes maiores que as nacionais em número de
ativos, a complexidade da estrutura do sistema bancário brasileiro apoiado por
sistemas automatizados de excelente qualidade e eficácia serviu como barreira de
entrada. Só conseguiram se estabelecer no país as instituições estrangeiras que
se dispuseram a adquirir bancos brasileiros e com isso também incorporar suas
práticas e sistemas.
Mais ao final da década novos desafios, o governo
federal passa a desenvolver políticas sociais que dependem dos bancos para serem
implantadas. O benefício às famílias carentes que mantivessem seus filhos na
escola, o Bolsa Escola, teria sido uma política em vão, não fosse a adoção do
modelo de correspondentes não bancários, que permitiu que os benefícios pudessem
ser entregues a essas famílias, em regiões remotas, que antes estavam sem
qualquer tipo de acesso a serviços financeiros. Apesar de ter muito ainda a ser
aperfeiçoado, o modelo é hoje inspiração para todo o mundo. Bancos e órgãos
reguladores de diversos países procuram aprender com o modelo brasileiro, que se
tornou uma referência no combate à pobreza extrema.
Tecnologia
Bancária no Brasil - Uma História de Conquistas - Uma Visão De Futuro
Projeto: Tecnologia Bancária no Brasil
Coordenação: Prof. Fernando s.
Meirelles; Prof. Eduardo H. Diniz e Carlos Eduardo Correa da Fonseca
Download da apresentação do Livro e 3 cenários inéditos: Resumo Tecban
2010 (pdf)
O objetivo central deste Projeto é estudar e documentar a evolução da
tecnologia bancária no Brasil, identificando os fatores chave de seu sucesso e,
também, tentar projetar os novos rumos dessa tecnologia. Este Projeto é uma
provocação e um convite para que todos que participaram do desenvolvimento da
Tecnologia Bancária no Brasil, reconhecida mundialmente como referência em
inovação e qualidade, contem suas histórias. É também um desafio às novas
gerações, para que continuem escrevendo essa história de sucesso.
A
primeira etapa do projeto foi a publicação do livro “Tecnologia Bancária no
Brasil. Uma história de Conquistas, Uma Visão de Futuro”, cuja primeira edição
foi comemorativa dos 20 anos do Ciab Febraban (Congresso Internacional de
Automação Bancária da Federação Brasileiros de Bancos) e teve a coordenação
editorial da jornalista Sonia Penteado.
Como o livro não é uma obra
acabada, teremos um site,www.historiadatecnologiabancaria.com.br, aberto a
colaboração de todos os interessados onde estarão os depoimentos das mesas
redondas gravados em vídeo e textos dos estudos e do livro.
O GVcia, que
estuda o setor desde 1990, propôs em 2004 um estudo alinhado com este projeto
que ganhou o impulso que precisava quando, no início de 2009, um dos executivos
mais representativos do setor (dirigiu: a área de TI do Itaú, do Real ABN Anro,
a Itautec e perto da metade dos mandatos do CNAB e do Ciab Febraban) o Carlos
Eduardo Correa da Fonseca, aceitou o convite para trabalharmos juntos numa
parceria que no início de 2010 contou com o apoio decisivo da Febraban e dos
patrocinadores da primeira edição do livro.
O projeto já envolveu mais
de 100 profissionais entre CIOs dos bancos; executivos de empresas de TI;
analistas de institutos de pesquisa em TI, professores e doutorandos da GV, além
da participação dos Centros de Estudo e Pesquisa: GVcia; GVceb (Centro de
Excelência Bancária); Fórum de Inovação; CPDOC (Centro de Pesquisa e
Documentação da FGV) e da FGV RAE que foi a editora do livro.
[20120828] LIVRO - Tecnologia Bancária no Brasil - Sumário e site:
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