Usuárias avançadas de tecnologia, as instituições financeiras caminham para construir internamente arquiteturas de gestão abrangentes e integradas, englobando ao mesmo tempo negócios e TI. Essas iniciativas atendem também às necessidades de compliance regulatório
Por Irineu Uehara
===> Fonte: Executivos Financeiros – Tecnologia & Finanças
===> http://www.executivosfinanceiros.com.br/destaques_mostra.asp?id=7
À maneira de um mantra, há muito tempo vem-se difundindo no mercado a
diretiva segundo a qual é preciso alinhar TI aos negócios das empresas. O grande
desafio que sempre se colocava, porém, era materializar na prática a aspiração,
mediante resultados tangíveis e mensuráveis. Tal cenário começa a se modificar,
em particular na vertical financeira, à medida que aumenta o grau de maturidade
das organizações na gestão e no uso da tecnologia. A tendência é de que haja uma
crescente integração gerencial – e não apenas alinhamento – desses dois mundos:
o negocial e o tecnológico.
Movidos por um ambiente competitivo pautado
por um intenso dinamismo, bancos, seguradoras e demais instituições financeiras
vêm caminhando rumo à construção de arquiteturas de gestão que procuram
englobar, sintonizar e consolidar todos os processos, sistemas e pessoas. O
escopo é conferir solidez, eficiência e pró-atividade às políticas de governança
corporativa e de governança tecnológica, estas últimas cada vez mais
indissociáveis entre si.
Na opinião, por exemplo, de Adalberto Araújo,
líder da área de Business Consulting Services da Getronics, a velocidade com que
as organizações redefinem sua presença no mercado exige que a tecnologia nasça
integrada aos negócios. “É o mundo real que está impondo isso. Não se trata mais
de tão somente prestar suporte ou de alinhar. Como as empresas não mais podem
sobreviver com os tempos de resposta que a retaguarda técnica oferece
normalmente, TI tem de ser entendida e gerida como parte do negócio”, frisa.
Lembrando que a tecnologia, em si mesma, não constitui mais um
diferencial competitivo, já que os processos negociais de hoje forçosamente
abrigam componentes tecnológicos, Nelson Esquivel, evangelista de BSM (Business
Service Management) da BMC Software, observa que “promover a gestão de TI sob as
diretrizes do negócio já implica um verdadeiro alinhamento”. Nesse sentido,
maturidade no gerenciamento do chamado core business pressupõe maturidade no
gerenciamento dos parques de hardware e software.
Geração de valor
Apoiando-se em um modelo de referência proposto pelo Gartner Group,
Esquivel salienta: “O ideal é evoluir do monitoramento puro e simples da
infra-estrutura para a gestão de TI voltada à geração de valor na cadeia
produtiva”. Se, por exemplo, a meta de um banco é incrementar o market share em
um determinado segmento de mercado, será preciso alocar e gerir os processos,
pessoas e ativos tecnológicos indispensáveis à execução daquela meta.
Outro motor decisivo dessa cruzada pelo aperfeiçoamento das políticas
gerenciais advém do esforço de compliance com os rígidos requisitos regulatórios
em vigor, como os estipulados, por exemplo, pela Lei Sarbanes-Oxley, pelo Acordo
da Basiléia II e pelo elenco de normas que vêm sendo baixadas pelo Banco
Central. A ordem é administrar e mitigar riscos, estabelecer controles e
mecanismos transparentes de governança que abarquem o conjunto da organização.
Em decorrência destes vetores críticos, busca-se crescentemente
monitorar, de maneira sincronizada, a partir de um único ponto de gerenciamento
– que pode ser um cockpit (cabine de comando) –, a operação dos elementos da
infra-estrutura de TI e de telecom, os serviços e as aplicações de negócios, bem
como a execução das táticas e estratégias corporativas concebidas pelos boards
diretivos.
E é sob esta ótica abrangente que tendem a convergir
práticas, metodologias e ferramentas hoje conhecidas como Balanced Scorecard,
BPM (Business Process Management ou Business Performance Management, variando a
terminologia de acordo com o conceito ou com o fornecedor envolvido), BAM
(Business Activity Monitoring) e SLM (Service Level Management), entre outras.
Como sugere Esquivel, a idéia seria criar algo como um “gerenciador de
gerenciadores”, originado da consolidação de sistemas e disciplinas.
Na
mesma direção, as instituições financeiras estão implantando internamente os
grandes frameworks (matrizes de melhores práticas e processos) de gestão,
notadamente o Cobit (Control Objectives for Information and Related Technology),
o ITIL (Information Technology Infrastructure Library), o CMMI (Capability
Maturity Model Integration) e o Coso (Committee of Sponsoring Organizations of
the Treadway Commission).
Veja a reportagem completa no site,
indicado acima.
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